O estresse no trabalho tem uma longa história, sendo um
problema reconhecido desde o início do século XX. A industrialização e a
mecanização do trabalho, com a exigência de maior produtividade e
competitividade, contribuíram para o aumento do estresse.
FATORES ESTRESSORES AO LONGO DO TEMPO:
Décadas de 1920-1950: o foco
estava nas condições físicas de trabalho, como iluminação, ventilação, e
barulho, além de fatores como ritmo de trabalho e organização do trabalho.
Décadas de 1960-1980: o foco
passou a ser mais amplo, incluindo fatores psicossociais, como relações
interpessoais no trabalho, pressão para cumprir metas, e falta de autonomia.
Década de 1990 até o Presente: a globalização, a competitividade crescente, e exacerbada,
as mudanças tecnológicas trouxeram novos fatores estressores, como a incerteza
no emprego, a necessidade de trabalhar em ambientes multiculturais, e a pressão
para se adaptar a novas tecnologias.
FATORES ESTRESSORES ATUAIS
Fatores Intrínsecos ao Trabalho:
Carga de Trabalho: excesso
de tarefas, prazos apertados, e metas inatingíveis.
Condições Físicas: ambientes
de trabalho desconfortáveis, insalubres, ou perigosos.
Autonomia/Controle: falta
de autonomia nas decisões, falta de controle sobre o trabalho, e falta de voz.
Desenvolvimento Profissional: ausência e/ou precariedade de um sistema que seja
igualitário e que propicie oportunidades de crescimento, falta de treinamento,
e falta de reconhecimento.
FATORES PSICOSSOCIAIS
Aumento de Conflito nas Relações Interpessoais no
ambiente de trabalho: conflitos constante com
colegas, falta de apoio social, e falta de comunicação.
Desvio de Função: ambiguidades
nos papéis e funções, falta de clareza nas responsabilidades, e conflitos de
papéis.
Mudanças Organizacionais: reestruturações, fusões, aquisições, e outros
eventos que causam incerteza e insegurança.
FATORES EXTRAORGANIZACIONAIS
Problemas Familiares: pressões
familiares, melhoria no padrão da qualidade vida no lar, violência doméstica
no caso das mulheres que exercem dupla atividade no ambiente doméstico e no
trabalho, conflitos domésticos, e responsabilidades familiares.
Problemas Financeiros: dificuldade
em pagar contas, dívidas, e falta de recursos financeiros.
Eventos Sociais e Políticos: crises econômicas, desemprego, e eventos sociais
que causam insegurança e ansiedade.
CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE NO TRABALHO
Saúde Física Debilitada e/ou Comprometida: doenças cardíacas, hipertensão, problemas
gastrointestinais, dores de cabeça, e outros problemas de saúde.
Saúde Mental: ansiedade,
depressão, síndrome de burnout, e outros problemas de saúde mental.
Produtividade e Desempenho: redução da produtividade, erros, absenteísmo, e aumento do
turnover.
Saúde Social: problemas
nas relações interpessoais, isolamento social no pós-pandemia de COVID, e
aumento dos conflitos.
MODELOS E PRÁTICAS QUE PODEM AJUDAR A PROMOVER A SAÚDE
MENTAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
Melhora
da Gestão: apoio à liderança,
treinamento para a gestão de pessoas, e desenvolvimento de políticas de
recursos humanos.
Melhora da Comunicação: estabelecimento de canais de comunicação claros e
eficientes, incentivo ao feedback, e criação de espaços para a troca de ideias.
Melhora da Saúde e Bem-Estar do Trabalhador: incentivo ao exercício físico de forma regular no
ambiente de trabalho e fora do ambiente também, promoção da alimentação
saudável, apoio psicológico, e programas de bem-estar no trabalho.
Então como podemos ver, esses diversos fatores estressores
no ambiente de trabalho podem contribuir para problemas de saúde mental nos
técnicos de segurança, incluindo sobrecarga, falta de apoio, pressão por
resultados e ambiente hostil. A falta de reconhecimento, comunicação
ineficaz e conflitos interpessoais também podem ter um impacto negativo.
Fatores que afetam a saúde mental dos técnicos de
segurança:
Carga de trabalho excessiva: pressão por prazos, metas e responsabilidades pode levar
ao estresse crônico.
Falta de apoio: ausência
de suporte da liderança e da equipe pode gerar sensação de isolamento e
dificuldades em lidar com as demandas.
Pressão por resultados: a necessidade e a compreensão de tempo, dificultam a entrega
de resultados em tempo hábil, e isso pode comprometer a qualidade do trabalho,
e pode gera um aumento significativo da ansiedade e o estresse.
Ambiente hostil: relacionamentos
interpessoais ruins, assédio moral constante e controle excessivo, e a falta de
comunicação adequada, de forma respeitosa e aberta podem afetar negativamente a
saúde mental.
Falta de reconhecimento: a ausência de valorização e reconhecimento no âmbito do trabalho
pode ocasionar e/ou gerar desmotivação do profissional Técnico de Segurança do
Trabalho.
Comunicação ineficaz e/ou ruidosa: falta de clareza nas instruções fornecidas, e precariedade
de informações, inexistência do processo de feedback e comunicação imprópria pode
gerar insegurança, insatisfação e confusão.
Conflitos interpessoais: disputas por poder, salários e gratificações, e brigas constantes
com colegas e superiores no ambiente laboral podem gerar estresse, ansiedade e
chegar até mesmo depressão.
- Falta de autonomia:
Restrições na tomada de decisões e falta de liberdade
para exercer a função podem gerar frustração e insatisfação.
- Mudanças constantes: mudanças na estrutura da empresa, políticas e processos podem gerar instabilidade e insegurança.
- Ausência de equilíbrio: falta de tempo para vida pessoal, falta de descanso e atividades de lazer podem levar ao esgotamento.
- Riscos psicossociais: A exposição a fatores como pressão, metas inatingíveis, falta de apoio e conflitos pode comprometer a saúde mental.
Como lidar com esses fatores:
- Promover um ambiente de trabalho saudável: incentivar a comunicação aberta, o trabalho em equipe, o reconhecimento e a valorização do trabalho.
- Oferecer apoio: dispor de programas de assistência ao empregado, apoio psicológico e atividades de relaxamento.
- Gerenciar o estresse: incentivar pausas, atividades de lazer e exercícios físicos, e promover a desconexão do trabalho.
- Buscar ajuda profissional: incentivar os técnicos de segurança a buscar ajuda psicológica quando necessário.
- Investir em treinamentos: ofertar treinamentos sobre saúde mental no trabalho, gestão emocional e prevenção de riscos psicossociais.
- Acompanhar a saúde mental: promover e realizar avaliações de clima organizacional, entrevistas e grupos focais para identificar os riscos psicossociais e implementar medidas preventivas.
At.te
André Luiz Padilha Ferreira.
Técnico de Segurança do Trabalho & Meio Ambiente
E-mail:
consultorpadilha@gmail.com
Instagram.com:
https://www.instagram.com/padilhatecsegdotrabalho/
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