Não há
notícias sobre o governo ter aumentado taxas para compra de motos devido aos
acidentes no trânsito. No entanto, o governo tem implementado medidas para
melhorar a segurança no trânsito e lidar com os custos dos acidentes, incluindo
a volta da cobrança do DPVAT (Seguro Obrigatório de Veículos Automotores). Além disso, o governo e os sistemas de saúde têm relatado custos elevados com
atendimentos a vítimas de acidentes de moto. O anuário registrou 34,9 mil acidentes de trânsito
envolvendo morte em 2023. No ano anterior foram 33,9 mil. Na série apresentada
pelo Atlas da Violência, o ano com mais casos foi 2014, com quase
43,8 mil.
Já em relação ao número de acidentes com óbito que
envolveram motocicletas, 2023 teve quase 13,5 mil, ante 12 mil no ano anterior.
Em 2014 foram registrados 12,6 mil, pico do período de 2013 a 2023.
As informações de 2023 indicam que as motos estão
envolvidas em 38,6% dos acidentes com mortes no trânsito. Essa proporção varia
enormemente quando se analisam dados dos estados.
Em sete deles, os acidentes com motocicletas são mais da
metade:
- Piauí: 69,4%
- Ceará: 59,5%
- Alagoas: 58,4%
- Sergipe: 57,8%
- Amazonas: 57,3%
- Pernambuco: 54,4%
- Maranhão: 52,2%
As unidades da federação com menor proporção são:
- Rio de Janeiro: 21,4%
- Amapá: 24,1%
- Rio Grande do Sul:
24,5%
- Distrito Federal:
24,5%
- Minas Gerais: 25,9%
- Paraná: 30,7%
Conforme o pesquisador do Ipea Carlos Henrique
Carvalho, o crescimento do número de mortes no trânsito em acidentes de moto é
consequência direta do aumento da frota e uso desses veículos no Brasil. O
aumento de acidentes envolvendo motocicletas no Brasil é um problema complexo
com múltiplas causas, sendo o principal fator o aumento da frota de motos
nas ruas e o uso crescente como meio de transporte. Outros fatores
importantes incluem:
Condições de trabalho: muitos
motociclistas trabalham com entregas e, em alguns casos, são pressionados a
cumprir prazos, aumentando o risco de acidentes.
Falta de fiscalização: ausência
de fiscalização e a má qualidade das vias contribuem para o aumento de
acidentes.
Comportamento dos condutores: excesso de velocidade, direção sob o efeito de álcool ou
drogas, não uso de capacete e desrespeito à sinalização são fatores que
aumentam o risco de acidentes.
Estrutura e condições da estrada: estradas mal iluminadas, curvas mal marcadas e/ou
sinalizadas, e outras condições da via que são desfavoráveis
para os condutores de motocicletas podem aumentar a probabilidade de acidentes.
Falta de equipamentos de segurança: falta de equipamentos de segurança adequados (EPI’S),
como calçados e vestimentas adequadas, também pode potencializar a probabilidade dos riscos de acidentes de trânsito envolvendo as motocicletas.
Internações: entre
março de 2020 e julho de 2021, mais da metade das internações por acidentes de
trânsito no Brasil foram acidentes com motos. É claro que está estatística
está muito desatualizada. Porém, reflete bem a realidade das ruas, dos acidentes
e as consequências diretas (internações).
Registro de óbitos: os
índices de mortalidade em acidentes de moto no Brasil é preocupante, com mais
de 33 motociclistas morrendo por dia.
Faixa etária: a grande maioria das vítimas são jovens entre
20 e 39 anos, que estão no ápice da produtividade em sua carreira profissional
e/ou laboral. E devido ao acidente de trânsito vão ter que passar por uma etapa
dolorida e sofrida de cirurgias, longos periodos de internação, e tratamento
envolvendo fisioterapia.
Impacto econômico: os
acidentes com motos geram custos elevados para o sistema de saúde, com
internações e reabilitação, além da perda de vidas e da produtividade do país.
Atividade profissional: grande parcela dos motociclistas no Brasil são entregadores, e as condições
de trabalho são degradantes e injustas, como jornadas extenuantes e falta de
equipamentos de segurança, contribuem para o aumento dos acidentes.
Fatores de risco e suas complexidades conjunturais: excesso de velocidade, não uso de capacete, dirigir sob
influência de álcool e/ou drogas, falta de manutenção preventiva e/ou corretiva
adequada das motocicletas, entre outros motivos podem contribuir e alavancar estes
números de acidentes de trânsito envolvendo os motociclistas.
Em resumo, o aumento da frota de motos, as condições de
trabalho precárias dos motoboys, a falta de fiscalização do poder público, e o comportamento de risco destes condutores de veículos leves, entre
outras causas primárias, de fato podem contribuir de forma significativa para a
elevação dos índices dos acidentes envolvendo motocicletas no Brasil. Este
aumento
dos acidentes com motos no Brasil é um problema muito complexo, com causas
multifatoriais, e exige ações conjuntas para melhorar a segurança no trânsito e
proteger os motociclistas. A prevenção e a educação são fundamentais para
reduzir o número de vítimas e o impacto social e econômico dos acidentes.
At.te
André
Luiz Padilha Ferreira.
Técnico
de Segurança do Trabalho & Meio Ambiente.
E-mail: consultorpadilha@gmail.com
Instagram: https://www.instagram.com/padilhatecsegdotrabalho/
Blog
Spot: https://www.blogger.com/blog/posts/7599589176722792547
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