SEGURANÇA PATRIMONIAL EM HOSPITAIS.
UM GRANDE DESÁFIO.
A segurança empresarial é ponto muito delicado, principalmente em ambientes onde outros tipos de riscos (risco de contaminação biológica, risco de explosão e incêndios, furtos de medicamentos, roubos e seqüestros de incapazes e etc) podem ser elencados, os hospitais, atualmente é uma enorme fonte de preocupações para os Gestores de Segurança, pois podem concentrar uma grande gama de dificuldades e vulnerabilidades que com certeza fragilizam todo o sistema de segurança. Por isso segue um breve esboço para pautar e pontuar as ações do profissional da área segurança neste ambiente que agregar muitas dificuldades.
Abaixo segue o passo a passo para um bom planejamento estratégico em segurança:
Diagnostico – Identificação e reconhecimento de todos os riscos, vulnerabilidades, fatores causadores e os seus impactos no empreendimento.
Análise de Risco Empresarial – Identificação dos riscos empresariais que podem materializar-se e causar danos ou paralisação do negocio.
Elaboração do Plano de Segurança – Medidas técnicas e humanas que visam preventivamente fornecer segurança às pessoas e ao patrimônio. Visando minimizar os riscos de roubo na área interna e externa, com controle de acesso as dependências do hospital e aos pontos vitais (laboratórios de pesquisas cientificas, enfermarias, berçários, arquivo geral, sala de Raios-X, sala de armazenamento de remédios e local de armazenamento de oxigênio e outros inflamáveis etc). Manter bom relacionamento institucional com outras organizações que também fazem pesquisas cientificas para possível troca de experiência com os outros Gestores de Segurança nestes locais ou servidores públicos encarregados desta função.
Elaboração do Plano de Emergência – Medidas técnicas e humanas que visam minimizar o impacto negativo e financeiro de forma reativa, ocorrências que o Plano de Segurança não conseguiu evitar. Com especial atenção para o tipo de pesquisa desenvolvida na organização hospitalar, trabalhando em conjunto com a segurança do trabalho (SEMT e CIPA) para padronização de procedimentos nas seguintes situações:
Criação de uma “Brigada de Incêndio”, composta pelos membros da CIPA e demais colaboradores, conforme NBR 14276, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Verificação dos equipamentos de “Combate a Incêndios fixos” (mangueiras, caixas de hidrantes, esguichos e conexões, além da reserva técnica de água e etc.) e “moveis” (extintores manuais e sobre rodas), e verificar a possível instalação de sensores de fumaça e sensores de calor nos pontos sensíveis, portas corta fogo, desta maneira evitando a propagação do foco do incêndio para as demais áreas do hospital.
Verificar a sinalização de emergência do local para saber esta em número suficiente e em local visível.
Elaboração de “Plano de Abandono de Área”, com atenção especial para os retirada de pacientes nos setores de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e demais pacientes com incapacidade temporária de locomoção, idosos e crianças hospitalizadas, não esquecer jamais de pesquisar e sinalizar também o berçário, também sinalizar os colaboradores que possuem algum tipo de deficiência física realizando um mapeamento para saber a sua localização.
Planejamento de emergência para situação de seqüestros de pesquisadores e sócios-proprietários dos referido hospital.
Planejamento para procedimentos quanto as ameaças de bomba.
Ameaças de explosão, pois em ambiente hospitalar existe no deposito e canalização, e o manuseio de substâncias inflamáveis tais como: oxigênio, hidrogênio, éter, álcool e etc.
Ameaças de contaminação radioativa, devido ao vazamento de substâncias radiativas usadas em aparelhos de “Raios-X”.
Contaminação biológica por agentes biológicos.
Falta de energia elétrica no prédio.
Elaboração do Plano de Continuidade dos Negócios – Medidas técnicas e humanas que permitem à empresa, continuar as suas atividades principais de uma forma alternativa, após a ocorrência do sinistro ou desastre, até que situação volte à normalidade. Visando principalmente padronizar procedimentos para situações especiais, tais como:
a) Compra de geradores para suportar falta de energia para os departamentos vitais do hospital tais como sala de cirurgia, UTI, laboratório de pesquisas cientificas, câmeras frigoríficas para armazenamento de experimentos científicos, e área de TI.
b) Sistema de proteção para área de TI, como “No-breaks”.
c) Realizar o “Backup” dos processos organizacional da organização, tais como resultados de pesquisas e softwares e guardada-los em local seguro, de preferência fora do hospital.
d) Procedimentos padronizados e local pré-definido para uma possível administração de crise empresarial.
e) Manter bom relacionamento institucional com outros hospitais que sejam referência na área de pesquisas para solicitar apoio logístico, técnico e cientifico em casos de emergência (PAM - Plano de Ajuda Mutuo), bem como comunicação formal com o Corpo de Bombeiros, Policia Militar, Policia Civil, Defesa Civil e etc.
Um bom planejamento segue alguns parâmetros, que podem e devem variar de acordo com o nível de segurança que a diretoria do hospital requer, mais o endomarketing é um ponto fundamental que não deve ser esquecido. Pois a segurança só pode ser feita com a participação de todos. Clientes internos e externos.
O Trabalho de endomarketing visa explicitar aos colaboradores a real necessidade de se implementar medidas e protocolos de segurança, informando a todos o seu papel e sua importância no processo de segurança institucional, a qualificação através de treinamento, desta forma o elo frágil da segurança é reforçado, este trabalho de formiguinha do processo citado visa sobretudo assegurar:
· A Segurança de Pessoas;
· A Segurança da Informação;
· A Segurança do Patrimônio e dos Processos Vitais da organização.
O Trabalho de marketing externo é um processo gradual, lento, progressivo e constante com clientes do hospital para estabelecer alguns pontos chaves na área de segurança: estabelecer os horários para visitas aos pacientes, e o uso de crachás de identificação, e limite aceitável no número de visitantes. Sempre explicando a real necessidade de se ter um ambiente com uma política de segurança clara e bem definida.
Outros cuidados também devem ser adotados pelos Gestores de Segurança, quando houver uma implementação de uma nova metodologia no contexto de segurança para não causar sérios problemas na rotina do local:
Adequar às instalações prediais às novas medidas de segurança, evitando modificações bruscas nas instalações prediais do hospital.
Promover a integração com todos os setores da organização, como recursos humanos (investigação social, recrutamento e seleção minucioso, treinamento e desenvolvimento), e demais setores: administrativo, comercial, financeiro, e segurança do trabalho e etc.
Melhoramento do controle de acesso às áreas internas, principalmente nos pontos sensíveis, através de uso de crachás, uso da biometria para áreas criticas como laboratórios de pesquisa, entre outros já explicitados.
Pesquisa, relação custo e beneficio da compra de um sistema de CFTV para monitoramento 24 horas.
Contratação de uma empresa terceirizada de vigilância armada, mas não ostensiva, se for ocaso, ou conforme os recursos financeiros do hospital permitir.
Priorizar a segurança das informações e dos processos organizacionais voltados para novas descobertas no âmbito cientifico, estabelecendo uma área ou setor, ou mesmo um andar somente para as pesquisas. Desta forma a se minimizar mais nunca impedir por completo a fuga de informações vitais para a pesquisa cientifica que esta sendo desenvolvida (se for o caso).
Estabelecer prazos razoáveis para implementação das medidas de segurança, obedecendo à prioridade dos riscos levantados na Analise de Risco Empresarial.
Acompanhamento, avaliação e analise das medidas de segurança, para proceder posterior mudanças e ajustes no Plano de Segurança (ciclo PDCA).
Tabela de Tratamento de Perdas
Os riscos neste caso serão elencados de acordo os dados coletados durante a fase de diagnósticos, através de dados estatísticos. Caso estes riscos sejam uma severa ameça para o funcionamento do empreendimento é sensato que seja montada uma tabela para a alta direção de fácil visualização mostrando que existe a probabilidade de materialização dos riscos detectados, e a possível migração do evento danoso para outros locais dentro da organização, desta forma fica claro a alta direção que resposta efetivamente devem ser adotadas para minimizar os vários riscos que foram identificados no ambiente interno e também no ambiente externo do hospital. Segue uma planilha simples para visualização.
Tabela de Riscos Empresariais | ||||
Evento | Gravidade | Freqüência do Sinistro | ||
Roubo | Média | Alta | Moderada | Baixa |
Furto | Média | X | ||
Incêndio | Baixa | X | ||
Explosão | Baixa | X | ||
Furto de informações | Alta | X | ||
Sabotagem | Média | X | ||
Espionagem Industrial | Alta | X | ||
Diante do exposto, o Trabalho do Gestor de Segurança é extremamente importante, devendo auxiliar a alta gestão na tomada de decisões estratégicas assegurando a segurança do patrimônio, de vidas humanas e da segurança das informações, diante disto a organização deve estar preparada para o enfrentamento direto das vários riscos reais que podem se materializar dentro ambiente empresarial, causando danos e perdas financeiras indesejáveis, ocasionando perda de fatia de marcado e consequentemente afetando a lucratividade da organização.
A série de medidas preventivas, emergenciais e contingências elencadas a cima, visam assegurar a lucratividade da organização e também resguardar vidas humanas.
André Luiz Padilha Ferreira.
Analista de Riscos em Segurança Empresarial e Coorporativa.
Gestor de Segurança Privada.
MBA Avançada em Consultoria em Recursos Humanos.
Bombeiro Civil.
CRA PA/AP nº 6-00021.
E-mail: anpadilha.ferreira@gmail.com
