BOMBEIRO CIVIL - PERFÍL PISSIOGRÁFICO

1)    INTRODUÇÃO.

Na área de segurança a procura por profissionais qualificados é uma exigência de mercado (MERCADO CONSUMIDOR X EMPRESAS), e conforme a Lei Federal 7.102/83, que criou a profissão de vigilante, e esta lei foi alterada mais tarde pela Portaria nº 387/2006 do Departamento de Policia Federal – DPF, e como o mercado é altamente volátil, essas modificações a todo instante são motivadas por uma gama de fatores (endógenos e exógenos), que são:

·                 Novos produtos/serviços para atender a demanda do consumidor;

·                 Alta competitividade entre as empresas;

·                 Mudanças/alterações/adequações na legislação no âmbito federal, estadual e municipal (criação do seguro contra incêndio);

·                 Volatilidade e incertezas da economia mundial;

·                 Deficiência do setor público para sanar/erradicar certos problemas: saúde, educação, moradia, violência e criminalidade no país, entre outros fatores, entre outros.

No caso do Bombeiro Civil, a necessidade de ter um profissional qualificado na área de prevenção e combate a incêndio e atendimento pré-hospitalar em locais/espaços públicos e semi-públicos com grande concentração de pessoas, demandou a criação de mais uma função no amplo mercado da Segurança Privada no Brasil, tudo isso para atender a demanda de uma nova legislação.  

2)    RECONHCIMENTO DA PROFISSÃO DO BOMBEIRO CIVIL.

Tendo em vista alguns dos fatores endógenos e exógenos citados acima, as mudanças se tornam inevitáveis, pois as empresas procuram de imediato criar novos mecanismos para se atualizar e compatibilizar as suas necessidades internas com a exigência externa. Com isso novas funções estão surgindo gradativamente.

O Bombeiro Civil é uma destas funções criadas recentemente e esta cadastrada no Cadastro Brasileiro das Profissões (CBO) sob o nº 5171 no Ministério do Trabalho e Emprego (MTe), fato este que modifica a estrutura do SIS (Sistema Integrado de Segurança) de qualquer empresa/corporação no Brasil, pois além do planejamento dos Gestores de Segurança/Gestores de Segurança Contra Incêndio que são voltado especificamente para a prevenção contra atos anti-sociais, agora temos também que agregar de forma coesa e bem elaborada os demais planos preventivos e corretivos para prevenir e manter as operações principais das empresas nas seguintes situações descritas abaixo:

·          Plano de Segurança (PS) – este tipo de planejamento visa a prevenir as empresas/organizações contra atos anti-sociais (roubo, furto, roubo, graves, sabotagem entre outros riscos) e manter o ambiente interno livre de perturbações, estes ricos detectados na APR (Analise Preliminar de Risco), com o emprego de medidas organizacionais, empregando os meios humanos e técnicos.  

·        Plano de Emergência – este tipo de planejamento sobre tudo visa ações preventivas contra situações atípicas (incêndios, explosões e acidentes com produtos químicos) este tipo de plano envolve também ações corretivas que envolvem um alto grau de nocividade para o ser humano e para o meio ambiente. O uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR) são amplamente usados pelos envolvidos diretamente na contenção deste tipo de problemas. A participação dos profissionais da área de Segurança do Trabalho e Medicina Especializada em Engenharia e medicina do Trabalho (SESMT) são fundamentais para os Gestores / Administradores realizarem de forma eficiente e eficaz os seus planejamentos para contenção de situações de emergência, e dependo da localização da empresa e o tipo de produto com que ela trabalha, a existência de um PAM (Plano de Ajuda Mutua) é um meio organizacional de colaboração e união de esforços entre as empresas na atualidade.

·        Plano de Contingência – este tipo de planejamento visa sobre tudo à preservação e operacionalização das principais atividades das empresas em casos onde os danos materiais sejam elevados dentro da organização, e o remanejamento destas atividades seja obrigatoriamente realizado em outra localidade. A participação dos gestores (tecnologia da informação, logística, recursos humanos, financeiro entre outras) das demais áreas da empresa e os seus conhecimentos são à base de informação para a elaboração do plano de contigência, pois neste caso cada gestor vai passar através de Relatório Técnico as suas principais necessidades e receios em caso de mudança de uma instalação predial para outra. Muitas empresas que tinham sua sede de negócios nas Torres Gêmeas não sobreviveram ao fatídico 11 de setembro nos Estados Unidos da América, pois não constava em seu escopo estratégico este tipo de planejamento.

 Hoje a TCI (Tecnologia de Informação e Comunicação) é um dos principais pontos que deve ser preservado a qualquer custo em qualquer uma das situações já citadas, além dos recursos humanos e materiais mínimos que devem sempre estar disponíveis para a operacionalização para sanar e conter  um sinistro tipo incêndio, e evitar a paralisação dos negócios de qualquer empresa diante de uma situação crítica.

3)    LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE A PROFISSÃO DO BOMBEIRO CIVIL NO BRASIL.

A Lei nº 11.901 datada de 13/01/2009 estabelece os critérios mínimos para a formação do profissional que pretende atuar na função de Bombeiro Civil, essa regulamentação é fruto do incessante trabalho dos profissionais que atuam no seguimento da prevenção e combate a incêndio no Brasil. Mudanças foram efetivas para ampliar a carga horária deste profissional com a finalidade melhorar em tanto a parte técnica quanto a parte emocional deste profissional que diariamente esta lidando com a prevenção de vidas em ambiente públicos.

3.1)         BOMBEIRO CIVIL: HABILIDADES & COMPETÊNCIAS.

Para o exercício de qualquer profissão é exigida uma série competências e habilidades do ser humano, para que o desempenho desta pessoal seja compatível com a função que ele exerce dentro de qualquer organização, seja no âmbito público ou privado, mais, habilidades são diferentes de competência, e por isso serão elencados as diferenças:

a) HABILIDADES – é a gama de conhecimento (informações) que o ser humano recebeu ao longo de sua vida, e que são passados dos pais para os filhos, é a habilidade nata da pessoa, crenças e valores que irão determinar o modo operandi do profissional, este conjunto de experiência pelas qual o individuo passou podem definir a sua ética, compreensão e visão de futuro, e será uma peça importante no processo de cognição do individuo que deseja crescer, tanto no lado pessoal quanto no lado profissional.

b) COMPETÊNCIAS – conjunto de habilidades, comportamentos e aptidões que possibilitam maior probabilidade de sucesso na execução de determinadas atividades, portanto as competências (Parecer Técnico Pedagógico do Conselho Regional de Educação de Goiás) datado de 17/06/2005, podem ser divididas em:

·              COMPETÊNCIAS TÉCNICAS:

ESCOLARIDADE – Nível de escolaridade formal exigida para o pleno desenvolvimento das atribuições do cargo.
TREINAMENTOS – Treinamentos, cursos específicos, habilitações profissionais, especializações, etc., necessários para obter melhores resultados no desempenho do cargo.
CONHECIMENTOS TÉCNICOS – Conhecimentos essenciais para o pleno desenvolvimento das atribuições do cargo, obtidos através da escolaridade e treinamentos realizados e aplicados e aprimorados em experiência profissional.

·                  COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS:

INTELECTUAIS – São as competências necessárias para reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, mesmo que de maneira isolada, além de possibilitar a introdução e modificação no processo de trabalho, atuar preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos.

·         Aplicar conhecimento – Saber aplicar seus conhecimentos técnicos para a resolução das situações expostas em seu contexto de atuação, mediante uma analise rápida da situação em que está envolvido.

·         Transferir conhecimento –  Saber multiplicar seus conhecimentos técnicos para seu superior, pares, subordinado, clientes, fornecedores, ensinando, instruindo e aperfeiçoando a resolução das situações expostas em seu contexto de atuação. Estar apto para adquirir novos conhecimentos.

·         Generalizar conhecimento – Traduzir os conhecimentos do nível institucional à realidade da organização, transferindo ao próximo nível, o operacional, a responsabilidade direta pela implementação das idéias. De um lado, faz contato com situação de extrema instabilidade - quando interage com o nível institucional - e, de outro, com protocolos sobretudo rígidos e previsíveis – quando faz interface com o nível operacional.

·         Reconhecer e definir problemas, propondo soluções para equacioná-los - Visualizar, analisar e situar os negócios da empresa dentro do contexto nacional e mundial, de modo solidificar e perpetuar a imagem e atuação da empresa dentro desse cenário, independente do produto ou serviço prestado.

DE COMUNICAÇÃO – São as competências utilizadas na forma de expressão e comunicação com seu grupo, superiores hierárquicos ou subordinados, clientes internos e externos, de cooperação de trabalho em equipe, de diálogo, de exercício da negociação e de comunicação.

• Comunicação - Comunicar-se com os acionistas, clientes, fornecedores, parceiros, superiores e subordinados de forma eficaz - Entender os tipos de feedback, como avaliar a adeqüabilidade e as condições do feedback. Feedback eficaz. Feedback individual versus feedback coletivo; prós e contras; como e quando pedir feedback; as diversas direções possíveis de se dar feedback.

• Redação e Gramática – Comunicar-se por escrito de maneira mais clara e mais eficaz. Inclui diretrizes específicas de como preparar memorandos, cartas, e-mails, propostas e outros tipos de comunicação. Escrever centrado no leitor e formatar suas comunicações de tal forma que sejam fáceis de ser lidas, que causem o impacto desejado e que o ajudem a alcançar seus objetivos.

• Negociação – Capacidade de demonstrar atitudes flexíveis e de adaptá-las a terceiros e a situações diversas. Desenvolver habilidades de relacionamento, incluindo as capacidades de flexibilização e adaptação, com enfoque na postura pessoal.

ORGANIZACIONAIS – São as competências necessárias para compreensão do negócio, seus objetivos, relações com o mercado, ambiente sócio político (conhecimento em negócio, planejamento, orientação para o cliente).

• Compromisso com Resultados – Liderar/atuar com foco em objetivos quantitativos e qualitativos, a prática de tal competência servirá como modelo a ser seguido e poderá gerar estímulos positivos na equipe, tornando-a cada vez mais compromissada com as metas a serem atingidas.

• Gerenciar Tempo - Estabelecer metas, priorizar tarefas, evitar os desperdícios de tempo, fazer análise do tempo e criar e maximizar sua programação de uso do tempo é uma atribuição básica para aquele que encarregado de salvaguarda vidas humanas.

• Gerenciar Recursos – Equacionar a mão-de-obra disponível com os recursos técnicos disponíveis a nível operacional também é uma premissa para quem lida com a vida humana cotidianamente.

• Planejamento e Organização – Coordenar suas tarefas e/ou da equipe, incluindo o planejamento (plano de ação/cronograma), a organização (distribuição de trabalhos), e as tarefas seqüenciais (ações), bem como a seleção e a alocação de recursos necessários para finalizar algum tipo de tarefa a qual foi direcionado.

• Liderar – delegar eficazmente, ampliar oportunidades e demonstrar justiça ante seus feitos. Saber lidar com os demais colaboradores quando apresentam problemas: agir com decisão e equidade quando tratar colaboradores com problemas. Identificando e oferecendo novos desafios e responsabilidade compartilhada.

• Atuar estrategicamente – Estabelecer conexão com dois tipos de ambientes que influenciam diretamente nos resultados da equipe: os internos e os externos. Atuar de forma a antever oportunidades e ameaças, tendências e inovações possibilitando o agir, ou seja, empreender esforços para a excelência na performance de suma equipe.
• Negociação – Capacidade de demonstrar atitudes flexíveis e de adaptá-las a terceiros e a situações diversas. Desenvolver habilidades de relacionamento, incluindo as capacidades de flexibilização e adaptação, com enfoque na postura pessoal.

Após elencar todas essas “habilidades e competências” que uma pessoa deve ter para desempenhar a função de Bombeiro Civil, seguem abaixo a carga horário e a matriz curricular do Curso de Formação de Bombeiro Civil.

4)    CARGA HORÁRIA E MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE FORMAÇÃO DE UM BOMBEIRO CIVIL.

QUADRO 1

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
INTRODUÇÃO	1	N/A
ASPECTOS LEGAIS	1	N/A
TEORIA DO FOGO	3	N/A
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO	4	4
TÉCNICAS E TÁTICA DE COMBATE A INCÊNDIO	4	8
AVALIAÇÃO	1	2
CARGA HORÁRIA TOTAL	14	14

QUADRO 2

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
EQUIPAMENTOS DE OPERAÇÃO MANUAL	4	8
EQUIP. DE SISTEMA FIXO E OPERAÇÃO AUTOMATICA	2	4
EQUIPAMENTOS AUXLIARES	2	4
AVALIAÇÃO	1	2
CARGA HORÁRIA TOTAL	09	18

QUADRO 3

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
ATIVIDADES ADNINISTRATIVAS E OPERACINAIS	2	4
AVALIAÇÃO	1	2
CARGA HORÁRIA TOTAL	3	6

QUADRO 4

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI	2	2
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIO - EPR	2	4
AVALIAÇÃO	1	4
CARGA HORÁRIA TOTAL	5	10

QUADRO 5

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
EMERGÊNCIA EM ELEVADOR	1	N/A
PREVENÇÃO EM ÁREA DE POUSO DE HELICOPTEROS	2	4
PLANO DE EMERGÊNCIA	1	N/A
RESGATE DE VÍTIMAS EM LOCAIS CONFINADOS	8	8
RESGATE DE VÍTIMAS EM ALTURA	8	8
AVALIAÇÃO	2	4
CARGA HORÁRIA TOTAL	22	24

QUADRO 6

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
LEGISLAÇÃO	1	N/A
CONCEITOS	1	N/A
GUIA DE PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA	1	N/A
EPI / EPR	2	4
AÇÕES OPERACIONAIS	2	4
AVALIAÇÃO	1	2
CARGA HORÁRIA TOTAL	8	10

QUADRO 7

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA	1	N/A
PROCEDIMENTOS INICIAIS	1	N/A
AVALIAÇÃO INICIAL	1	1
VIAS ÁREAS	1	1
REANIMAÇÃO CARDIOPUMONAR - RCP	1	3
AED – DEA	4	4
ESTADO DE CHOQUE	2	2
HEMORRAGIAS	2	2
FRATURAS	2	4
FERIMENTOS	1	1
QUEIMADURAS	2	1
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS	2	1
REMOÇÃO E TRANSPORTE DE VÍTIMAS	2	4
PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA	1	N/A
PROTOCOLO COM INCIDENTE C/ MULTIPLAS VÍTIMAS	2	2
PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS	2	N/A
AVALIAÇÃO	2	4
CARGA HORÁRIA TOTAL	29	30

QUADRO 8

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
FUNDAMENTOS DA ANALISE DE RISCO	2	N/A
RISCO ESPECIFICO DE PLANTAS	1	4
AVALIAÇÃO	1	N/A
CARGA HORÁRIA TOTAL	4	4

QUADRO 9 – CARGA HORARIA TOTAL DO CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO CIVIL.

DIVISÃO DA CARGA HORÁRIA	PARTE TEÓRICA	PARTE PRÁTICA
	CARGA HORÁRIA
CARGA HORÁRIA DE AVALIAÇÃO	10 HORAS/AULA	20 HORAS/AULA
ESTÁGIO OBRIGATÓRIO	40 HORAS/AULA
CARGA HORÁRIO TOTAL DO CURSO DE FORMAÇÃO	94 HORAS/AULA	116 HORAS/AULA
TOTAL GERAL	250 HORAS / AULA

5)    CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Diante do que foi exposto, a profissão de “Bombeiro Civil” é uma profissão difícil e árdua, porém gratificante, e como nas demais profissões que estão atreladas ao seguimento da prevenção e segurança, requer disciplinar do profissional, dedicação e acima tudo uma enorme força de vontade que é à base da motivação.

Segundo o Professor “Jonh Kotter”, da Universidade de Havard, o profissional dever ter 7 essenciais para desempenhar satisfatoriamente suas atividades nas organizações: auto-motivação, bom humor, produzir conhecimento, liderança, relacionamento interpessoal, criatividade e capacidade de sonhar.  

Também é importante para os gestores conhecer os demais profissionais que atualmente estão trabalhando nas diversas áreas/setores da sua empresa, seu nível de conhecimento e as particularidades de cada profissão (legislação e carga horária), pois, caso uma situação de sinistro (incêndio, explosão ou mesmo um desmaio súbito) venha a se materializar dentro do ambiente empresarial, saber acionar o profissional mais adequado para atender de forma eficiente de forma a sanar demanda que surgiu de forma contingêncial.