Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) uma Realidade.
As transformações em curso no
mundo do trabalho, decorrentes da introdução de novos modelos organizacionais e
de gestão têm repercussões ainda pouco conhecidas sobre a saúde dos
trabalhadores, dentre as quais se destacam as LER/DORT. Este grupo de
transtornos apresenta como características comuns, o aparecimento e evolução de
caráter insidioso e uma origem multifatorial complexa na qual se entrelaçam
inúmeros fatores causais, entre eles as exigências mecânicas repetidas por
períodos de tempo prolongados, utilização de ferramentas vibratórias, posições
forçadas; fatores da organização do trabalho como, por exemplo, as exigências
de produtividade, competitividade, programas de incentivo à produção e de
qualidade, que utilizam estratégias de intensificação do trabalho e controle
excessivo dos trabalhadores e características individuais do trabalhador,
traços de personalidade e sua história de
vida.
Considera-se que a maior
visibilidade que o problema tem na atualidade decorre além do aumento real da
freqüência, de uma divulgação sistemática pela mídia, da ação política de
sindicatos de trabalhadores das categorias mais afetadas e da atuação dos
Serviços Especializados ou Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no
diagnóstico de novos casos e registro de sua relação com o trabalho.
A Norma Técnica do INSS sobre DORT (OS 606 de 5/8/98)
conceitua as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica
caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e
que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros
superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e
nervos periféricos. O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil,
particularmente em casos subagudos e crônicos e o nexo com o trabalho tem sido
objeto de quesationamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas.
Os
sinais e sintomas das LER/DORT são múltiplos e diversificados destacando-se:
- dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra resistência;
- alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, “agulhadas”, choques;
- dificuldades para uso do membro, particularmente das mãos, e mais raramente sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.
Para o
diagnóstico é importante a descrição cuidadosa destes sinais e sintomas quanto
à sua localização, forma e momento de instalação, duração e caracterização da
evolução temporal, intensidade, bem como os fatores que contribuem para a
melhora ou agravamento do quadro.
A atuação dos profissionais do SESMT, de forma sistêmica e conjunta, evidenciado este fator de risco dentro da organização, nos setores, pode minimizar o risco de incidência e a continuidade deste agravo à saúde no quadro funcional.
Por este motivo existe a necessidade desta abordagem seja feita por todo o quadro de profissionais do SESMT, que é multidisciplinar, e com uma investigação completa, pode identificar o problema, e propor soluções técnicas viáveis e aplicáveis para a problemática encontrada no ambiente de trabalho.
Foto 1
A postura do profissional adequada e correta ao executar as suas tarefas e fundamental, mais para isso é necessário conhecimento sobre as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho. Conforme foto acima.
No
Brasil, o aumento na incidência de LER/DORT pode ser observado nas estatísticas
do INSS de concessão de benefícios por doenças profissionais. Segundo os dados
disponíveis, respondem por mais de 80% dos diagnósticos que resultaram em
concessão de auxílio acidente e aposentadoria por invalidez pela Previdência
Social em 1998. O mesmo fenômeno pode ser observado na casuística atendida nos
Serviços e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador na rede pública de
serviços de saúde (NUSAT, 1998).
As mulheres são as principais vítimas de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) devido à entrada mo mercado de trabalho para complementar a renda familiar e a sexualização dos postos de trabalho, e ainda, à alternância do trabalho assalariado com os serviços domésticos. Essa sobrecarga de serviços ininterruptos, sem pausa para descanso da musculatura. Com toda certeza gera reflexos no corpo todo.
Por este motivo na fase de investigação é importante colher a maior quantidade de informação possíveis.
Na fase pós investigação e emissão do relatório final, vem a elaboração das medidas corretivas do problema, que é acompanhada de uma possível campanha de sensibilização para todos da empresa.
A empresa necessita reconhecer que o risco existe, e ela tem o dever legal de gerenciar e controlar o risco de sua atividade econômica.
O trabalhador por sua vez, deve aderir e colocar em prática o que foi repassado em forma de palestras e treinamentos pelo profissionais da Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
E no viés da questão encontra-se o SESMT (médicos, engenheiros, enfermeiros, auxiliar de enfermagem e técnico de segurança do trabalho) que arduamente estão em uma árdua batalha, uma luta cotidiana para que as informações, treinamentos, palestras que foram repassadas não sejam engavetados e esquecidos na correria pela produção desenfreada do dia a dia.
Visando o bem comum de todos a implementação de Ginastica Laboral é dos modos operandi da Segurança do Trabalho para evitar e prevenir as "doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).
Foto 2
Para finalizar, prevenir as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) é fator de extrema importância para ambos os lados (empregado & empregador), pois um funcionário doente, produz pouco ou nada produz.
O que vale se ressaltar aqui, é que o "Capital Humano" é a fonte da produção, e não pode se esquecida ou relegada a um terceiro plano no planejamento da empresas.
Atenciosamente.
André Luiz Padilha Ferreira.
MBA em Recursos Humanos.
Tecnólogo em Gestão de Segurança Privada.
Técnico de Segurança do Trabalho.
Analista de Segurança em Riscos Empresarias e Corporativos.
Bombeiro Civil.
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