sexta-feira, 1 de agosto de 2014

DOENÇAS OSTEOMUSCULARES RELACIONADAS AO TRABALHO (DORT/LER)


Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) uma Realidade.

As transformações em curso no mundo do trabalho, decorrentes da introdução de novos modelos organizacionais e de gestão têm repercussões ainda pouco conhecidas sobre a saúde dos trabalhadores, dentre as quais se destacam as LER/DORT. Este grupo de transtornos apresenta como características comuns, o aparecimento e evolução de caráter insidioso e uma origem multifatorial complexa na qual se entrelaçam inúmeros fatores causais, entre eles as exigências mecânicas repetidas por períodos de tempo prolongados, utilização de ferramentas vibratórias, posições forçadas; fatores da organização do trabalho como, por exemplo, as exigências de produtividade, competitividade, programas de incentivo à produção e de qualidade, que utilizam estratégias de intensificação do trabalho e controle excessivo dos trabalhadores e características individuais do trabalhador, traços de personalidade e sua história de vida.

Considera-se que a maior visibilidade que o problema tem na atualidade decorre além do aumento real da freqüência, de uma divulgação sistemática pela mídia, da ação política de sindicatos de trabalhadores das categorias mais afetadas e da atuação dos Serviços Especializados ou Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no diagnóstico de novos casos e registro de sua relação com o trabalho.

A Norma Técnica do INSS sobre DORT (OS 606 de 5/8/98) conceitua as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos subagudos e crônicos e o nexo com o trabalho tem sido objeto de quesationamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas.

Os sinais e sintomas das LER/DORT são múltiplos e diversificados destacando-se:

  •    dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra resistência;
  •   alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, “agulhadas”, choques;
  •    dificuldades para uso do membro, particularmente das mãos, e mais raramente  sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.


Para o diagnóstico é importante a descrição cuidadosa destes sinais e sintomas quanto à sua localização, forma e momento de instalação, duração e caracterização da evolução temporal, intensidade, bem como os fatores que contribuem para a melhora ou agravamento do quadro.

A atuação dos profissionais do SESMT, de forma sistêmica e conjunta, evidenciado este fator de risco dentro da organização, nos setores, pode minimizar o risco de incidência e a continuidade deste agravo à saúde no quadro funcional.

Por este motivo existe a necessidade desta abordagem seja feita por todo o quadro de profissionais do SESMT, que é multidisciplinar, e com uma investigação completa, pode identificar o problema, e propor soluções técnicas viáveis e aplicáveis para a problemática encontrada no ambiente de trabalho.  




 Foto 1


A postura do profissional adequada e correta ao executar as suas tarefas e fundamental, mais para isso é necessário conhecimento sobre as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho. Conforme foto acima.


A incidência de LER/DORT de membros superiores aumentou dramaticamente ao longo das últimas décadas em todo mundo. Estudos realizados nos EUA apontam que cerca de 65% de todas as patologias registradas como ocupacionais são LER/DORT, observando-se que, nas empresas do setor privado dos EUA com mais de 11 empregados, a incidência estimada dessas patologias é de 10 por 10.000 homens horas trabalhadas/ano, podendo ser mais alta em alguns setores, como por exemplo, em trabalhadores nas indústrias dos quais são exigidos o uso de força e repetição, em linhas de produção como nos frigoríficos, em bancários, trabalhadores em videoterminais, caixas de supermercado, empacotadores,  entre outros.



No Brasil, o aumento na incidência de LER/DORT pode ser observado nas estatísticas do INSS de concessão de benefícios por doenças profissionais. Segundo os dados disponíveis, respondem por mais de 80% dos diagnósticos que resultaram em concessão de auxílio acidente e aposentadoria por invalidez pela Previdência Social em 1998. O mesmo fenômeno pode ser observado na casuística atendida nos Serviços e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador na rede pública de serviços de saúde (NUSAT, 1998).

As mulheres são as principais vítimas de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) devido à entrada mo mercado de trabalho para complementar a renda familiar e a sexualização dos postos de trabalho, e ainda, à alternância do trabalho assalariado com os serviços domésticos. Essa sobrecarga de serviços ininterruptos, sem pausa para descanso da musculatura.   Com toda certeza gera reflexos no corpo todo.

Por este motivo na fase de investigação é importante colher a maior quantidade de informação possíveis.

Na fase pós investigação e emissão do relatório final, vem a elaboração das medidas corretivas do problema, que é acompanhada de uma possível campanha de sensibilização para todos da empresa.

A empresa necessita reconhecer que o risco existe, e ela tem o dever legal de gerenciar e controlar o risco de sua atividade econômica. 

O trabalhador por sua vez, deve aderir e colocar em prática o que foi repassado em forma de palestras e treinamentos pelo profissionais da Saúde e Segurança do Trabalho (SST). 

E no viés da questão encontra-se o SESMT (médicos, engenheiros, enfermeiros, auxiliar de enfermagem e técnico de segurança do trabalho) que arduamente estão em uma árdua batalha, uma luta cotidiana para que as informações, treinamentos, palestras que foram repassadas não sejam engavetados e esquecidos na correria pela produção desenfreada do dia a dia.

Visando o bem comum de todos a implementação de Ginastica Laboral é dos modos operandi da Segurança do Trabalho para evitar e prevenir as "doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).








Foto 2


Para finalizar, prevenir as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) é fator de extrema importância para ambos os lados (empregado & empregador), pois um funcionário doente, produz pouco ou nada produz. 

O que vale se ressaltar aqui, é que o "Capital Humano" é a fonte da produção, e não pode se esquecida  ou relegada a um terceiro plano no planejamento da empresas.


Atenciosamente.


André Luiz Padilha Ferreira.
MBA em Recursos Humanos.
Tecnólogo em Gestão de Segurança Privada.
Técnico de Segurança do Trabalho.
Analista de Segurança em Riscos Empresarias e Corporativos.
Bombeiro Civil. 









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Quem sou eu

Belém, Pará, Brazil
Técnico de Segurança do Trabalho (Bombeiro Civil), Analista de Segurança em Riscos Empresariais e Corporativos, Graduado a nível de Tecnólogo em Gestão de Segurança Privada com Pós-Graduação em Recursos Humanos.

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